sexta-feira, 19 de junho de 2009

Txipo Assim: Gripe do Porco


Não se assustem já, mas estive perto de alguém com a gripe suína.
Aqui o porco (moi meme) ontem foi com febre e dores de cabeça persistentes para o hospital. Há 3 dias que andava com dores de cabeça, o que me preocupou e me levou a experimentar o serviço público de saúde de São Paulo. Como devem imaginar, uma cidade com 10 milhões de pessoas não tem um atendimento rápido... Mesmo assim não foi tão mau quanto pensava.
A minha Márcia, a zuca mais linda que já conheci, levou-me e andou comigo de hospital em hospital até me atenderem.
Pois estavamos nós em plena sala de espera quando entram 2 rapazes de máscara, médicos com máscara, um entra e sai na sala 1 de médicos e enfermeiros, tudo com máscaras e eu pensei "olha estes vêm com a gripe dos porcos".
Bem dito, bem certo. Quando chegou a minha vez, após uma análise minuciosa, com questionário do género, "manchas no corpo, vómitos, diarreia e afins" que eu me disse: è uma "birose". Depois disso, disse-me "temos aqui ao lado suspeita da gripe dos porcos".
Pois é, depois de rodear aqui as terriolas do Interior de São Paulo, parece que nem a poluição evitou a entrada desta gripe suína entrar na capital.
Ao menos não sou eu... Agora com as drogas todas sinto-me melhor, sem febre e sem dores de cabeça.

Abreijos suínos

Zuca do Pedaço

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Txipo Assim: Bailaricos e Forró

Começo por dizer que tentei manter este blog sempre actualizado, mas simplesmente escrever constantemente sobre a minha vida por aqui já se torna chato não é?
Continuo a descobrir novas coisas e lugares em São Paulo. Sei que ainda não vi nem metade!
Ontem fui, a muito custo, arrastado para uma "baladinha" de forró e música sertaneja.
Escusado será dizer o quanto eu "adoro" este tipo de coisas.
Pois bem, quando lá cheguei, reparei imediatamente o tipo de pessoas que frequentava.
Na realidade, senti-me um outsider.
Porquê? Não usava boné. Não usava jeans justos. Não usava meia branca. Não usava corrente de prata. Não usava aqueles tenis que a sola parece de um material plástico que deve dar tudo menos conforto no andar.
Sim, os all star não são o cumulo do saudável para a coluna e tal... Mas são giros!
Uma coisa boa sobre aquilo: fez-me lembrar os bailaricos lá no bairro! Com tudo o que tem direito, excepto caracois. Mas queiram acreditar que quando entrei, para alem do cheiro a vinho quente (eles aqui bebem o quentão) parecia quase cheirar-me a caracois.
As bandas eram 3 pessoascada. Um com um bombo, um de acordeão e outro a cantar e a tocar ferrinhos! As vozes eram as típicas, assim meio anasaladas e com o sotaque diferente do paulistano regular. O último até tinha boa voz, não parecia cantor de forró! Mas mesmo assim não gostei.
Dançam todos agarradinhos, uns mais do que outros. Outros até fora do ritmo. Mas toda a gente dança. As cabeças coladas e dei por mim a pensar: Isto deve-se passar muitos piolhos nestas danças. Aí percebi o intuito do boné: Prevenção!
No meio da megatrópole São Paulo encontrei um bailarico.
Fui conhecer e cheguei à conclusão: Mantenho a minha ideia, não gosto de forró. Talvez não tivesse bebido o suficiente, apesar das 3 cervejas que entornei na meia hora que tive dentro da balada. Talvez estar só eu e o Zé não contribuisse para tornarmos aquela festa mais animada.
Aqui no Brasil também se celebram os Santos Populares: São as festas juninas. Estou a pensar inclusivé ir a uma festa enorme no estádio da Portuguesa: parece que têm até caldo verde e sardinhas! Só me faltam os caracois!!
Na realidade, São Paulo para mim coninua a ser a cidade da noite electrónica ou até do samba rock, mas não em demasia.
Sim, parece muito a vida que levava aí, mas eu vim para São Paulo, não fui para o Brasil Caipira!
Espero que tenham uns óptimos Santos Populares e comam muitos caracois, comam por mim, que quando chegar quero uma travessa cheia com muita molhenga!!!

Abreijos

Zuca do Pedaço

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Txipo Assim: Resumindo

Desculpem aos leitores mas andei afastado destas lides do blogue.
Entre uma Páscoa no Rio de Janeiro, um feriado com ponte Tira-Dentes em Paraty, um fim-de-semana em São Paulo com direito a almoço no Consulado e outro fim-de-semana no Rio não tenho tido muito tempo pra vos escrever.

Fotos também tenho demais que não dá pra pôr aqui tudo o que vos queria mostrar. Vejam o meu facebook, fotografias marcadas e apareço em quase todas das pessoas que têm paciência para as colocarem online.

Comecemos então: Páscoa no Rio com as irmãs Leotte e as zucas Márcia e Chris. Cultural com visita ao Cristo, ao museu de Oscar Niemayer em Niteroi. Praia nem vê-la porque houve uns ciclones na costa da Argentina e a águinha estava imprópria para mergulhos.

Tira-Dentes numa cidadezinha brutal no início do Estado do Rio de Janeiro com direito a passeio de barco pelas ilhas, barzinho, banda privada, aulas de pandeiro, aprendi a tocar as dunas, Cachaça Gabriela Cravo e Canela... Nossaaaaaaaaaaaa
Já não ficava rouco de tanto cantar há muito tempo.

Fim-de-semana em São Paulo com festa tuga por onde passámos. Fechámos todas as casas nocturnas que nos receberam e ainda tivemos direito ao saudoso bacalhau e Quinta de Cabriz que o AICEP tinha preparado para nós.

Depois de uma semana com direito a prova de vinhos portugueses em SP e teatro Sexo, etc e tal, lá avançámos para o "findi".

Fim-de-semana passado novamente no Rio, agora com uma onda mais de PRAIAAAAAAAA.
Copacabana, Ipanema e até fomos ao Maracanã ver a final do campeonato carioca.
Flamengo-Botafogo na finalissima, que foi a penalties e o Bruno (goleiro) defendeu tantoooooo. Parecia o nosso Ricardo!! As torcidas sim valem a pena. O futebol nem por isso. Parecem solteiros contra casados, sem organização de jogo. E olhem que eu não percebo nada de futebol!!
Mas cantava tudo com eles:
UH AH UH QUE TORCIDA É ESSA?
AI NINGUÉM PÁRA ESSE CHOROROOOO
CHORA O PRESIDENTE, CHORA O TIME TODO, CHORA O TORCEDOR
PUTA QUE PARIU, É O MELHOR GOLEIRO DO BRASIU! BRUNOO

E pronto, resumindo foi isso que andei por cá a fazer.

Reservo umas surpresas para breve. Depois vão perceber o quê.

Como já disse, querem ver fotos destes dias, vejam no meu facebook as minhas fotos marcadas noutros albuns, principalmente da Rita Amaro (apareço em todas, n é Ritxinha?)

Abreijos apressados

Zuca do Pedaço

terça-feira, 7 de abril de 2009

Txipo Assim: Parabenizando o meu Brow!



Sei que adoras Queen e "WE WILL ROCK YOU!!!!!"

Love you little brother!!!

Abreijos com saudades

Mano mais velho

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Txipo Assim: Trabalhador INOViano

Para os que dizem que eu não trabalho e vim para o Brasil de férias:


Alexandre Monteiro - C13
Destak Brasil
São Paulo, Brasil

"Brasil à margem da crise?


Apesar da crise económica mundial, o Brasil é apontado como um dos países que a crise não atingiu. No entanto, apesar de não se sentir tão intensamente como na Europa e nos Estados Unidos, o país está a sofrer um abrandamento no seu crescimento devido a esta crise.
As razões para este abrandamento estar a ser menor que no resto do mundo são várias e advêm de várias vertentes.
Por um lado, o sistemas político e económico apresentam uma enorme estabilidade. A ausência de retrocessos na gestão da economia do país coopera para que este fenómeno não apresente tanta força. No artigo da revista Veja a 4 de Março 2009, “O Brasil de hoje é resultado de um processo ocorrido nos ultimos quinze anos, em que se estabeleceram no país poderosas restrições culturais e institucionais ao populismo.”
Também os bancos apresentam muita competência e com muita regulação principalmente ao nível de créditos. Ou seja, com activos saudáveis, as instituições financeiras brasileiras interiorizaram a cautela como fulcral para a sua gestão financeira, operando incessantemente na regulação bancária, tendo especial atenção na fiscalização e supervisão do sistema financeiro, e mantendo reservas.
Estes cuidados fizeram utilizar apenas uma pequena parte das reservas de 200 biliões de dólares, praticamente intocáveis após 6 meses de crise. O Banco Central detém ainda reservas de 187 biliões de Reais, o que permitiu ao dólar (apesar de ter subido mais de 40%) não escalar mais intensamente, pressionando os preços dos produtos importados, levando à não contaminação dos preços no país, e sem hiperinflação.
Um atraso na chegada à expansão exponencial do crédito internacional e ao boom imobiliário levou, em tempos de crise, à transformação desta “fraqueza” em “força”. Assim, a situação financeira das famílias permanece sob controlo e o total de crédito disponível encontra-se nos 40% do PIB, ao contrário de países como a Holanda ou os Estados Unidos. Ou seja, esta actual “vantagem” da economia brasileira depende principalmente de falhas estruturais do próprio sistema económico, como “juros muito elevados, excesso de tributação de operações financeiras e direccionamento artificial do crédito para sectores considerados prioritários” diz o economista José Júlio Senna.

Total do crédito em relação ao PIB (%)
O Brasil tem também recursos que contribuem para a sua independência do resto do Mundo.
O declínio da pobreza e a emergência da Classe C levou a um aumento no consumo em que o potencial de expansão é enorme. O controlo da inflação e as políticas assistencialistas potenciarão ainda mais o consumo nestes consumidores. Assim, o Mercado Interno apresenta-se muito forte, crescendo em poder de compra e em proporção da população. Isto torna as empresas menos dependentes do exterior.
Evolução da Classe C no Brasil


O Mercado Externo também se torna uma grande vantagem para o Brasil.
O Brasil é o maior exportador de produtos alimentares do Mundo o que, em qualquer cenário, garante vendas externas muito volumosas. A enorme área cultivável do Brasil e ainda a potencialidade de apenas 20% desta área ser utilizada actualmente para plantações.
Para além da exportação de alimentares, o Brasil detém também um volume de exportação bastante variada ao nível de produtos e países receptores, o que cria uma maior flexibilidade e consequente independência face às dificuldades dos outros. No entanto, esta diversificação em termos de produtos e compradores, não implica que o país não seja afectado pela diminuição da Procura internacional.
Distribuição da Exportação por Destino – 2008
A grande independência do Brasil apoia-se também nos recursos energéticos existentes. As grandes reservas naturais de água, petróleo e gás, associadas ao crescente desenvolvimento das energias renováveis acentuam esta independência. Cerca de 50% dos combustiveis utilizados pela economia brasileira sao provenientes de fontes renováveis, como a energia hidráulica e o etanol de cana-do-açucar. Para além disso, a descoberta das reservas de pré-sal, além de consolidar a auto-suficiência de petróleo, coloca o Brasil como exportador.
Apesar de todas estas vantagens e as projecções para 2009 apontarem para um Brasil em crescimento, este sofre um forte abrandamento, o que comprova que, apesar da aparente “inexistência”, a crise está de facto a afectar o Brasil.
Depois do aumento de mais de 5% em 2007 e 2008 são esperados 1,5% de crescimento, com a queda da Economia brasileira em 3,6% no último trimestre de 2008.
Para além disso, entre Novembro de 2008 e Fevereiro de 2009, segundo o Ministério do Trabalho, 688 mil empregos formais foram encerrados.
A indústria também mostrou a crise, quando entre Setembro de 2008 e Fevereiro deste ano a produção industrial caiu 16,9%, chegando aos valores de 2004.
Em resumo, apesar de toda a independência e vantagens competitivas, os mais recentes valores e projecções demonstram que o Brasil apresenta também sinais da crise, mas em menor escala.
Fontes:
Jornal Destak
Revista Veja, 4 de Março de 2009"
Fui eu que escrevi tudo!!!
Abreijos inteligentes
Zuca do pedaço

sábado, 28 de março de 2009

Txipo Assim: Pleconceitos? NOT

Ora pois bacalhau, todas as portuguesas têm bigode e chamam-se ou Maria ou Joana. Todos os portugueses são padeiros e chamam-se Manel ou António.

Na verdade, este preconceito, pelo menos em São Paulo, está completamente ultrapassado. Aliás, com a mistra cultural desta cidade, é impossível haver preconceito. O que seria dos "Japas" todos do meu bairro que na verdade falam brasileiro? Aliás, não têm noção o que é ouvir muitos japas e em vez da fonética esperada, sai um "oi" ou um "txipo assim" lá está.

A mistura do Obikwelu mais azul e da Gisele mais esquálida dão as cores à cidade de onde ninguém é natural.

No entanto, nós, os colonizadores, temos a fama de formais demais, educados demais, tensos demais. Depois olham para mim e dizem: tu não és português! Ao que respondo: andam a conhecer os portugueses errados. Ou então o preconceito contra os brasileiros torna-se evidente nessas situações. Vá, admitamos que o que temos de exemplo em Portugal não é o melhor... A grande questão de ir "fazer uns bicos" para Portugal não ajuda à fama! (bicos=biscates)

Na realidade, o sotaque continua no limiar do intolerável, mas como nata da nata que sou, a minha capacidade de adaptação está ao nível, onde até já "sotaqueio" para me fazer compreender. Acreditem que ouvir "oi" várias vezes é mais irritante.

Ainda falando dos Japas, a maior parte dos residentes do meu bairro (aqui não se pode dizer zona, que é de putedo) a quantidade de restaurantes japoneses que há é impressionante. Imaginem ali a Rua das Portas de Santo Antão (onde é o Coliseu dos Recreios, para os mais distraidos), cheia de restaurantes. Agora imaginem na porta de todos ter aqueles caracteres e o menu de rodízio, mais caro ao jantar e ao fim-de-semana. Até se come sentado no chão, sem sapatos. Se bem que a posição acaba por se tornar incómoda. Mas Dário, aqui ias enjoar japonês (eu ainda não enjoei... ainda hoje!!! eheh)

Até já vou ao mercado ao fim-de-semana comer um yakisoba!

Aliás, não existe preconceito racial, sexual nem de nenhum tipo. Todas as "baladas" badaladas são GLS ou mais ou menos. Vê-se o Ediwalter e o Broduey Wachinton de mãos dadas a pulular para apanhar o metro com as suas calças arepeladas pela bunda acima. Vêem-se Dinas aos montões, com o colete de bolsos e a camisa xadrez.

Vê-se o grupo dos Emos à sexta no Metro da Consolação (prontos a descer a Augusta).

No entanto vê-se principalmente a despreocupação das restantes pessoas. Aliás, despreocupação ou simplesmente habituação a esta realidade?

Abreijos orientais

Zuca do pedaço

segunda-feira, 23 de março de 2009

Txipo Assim: Coisas da Vida II

A vida anda descomplicada, despreocupada.
Dia 27 faz dois meses que estou fora de casa.
Hoje vim o "Into the Wild". Não é o melhor filme para ver quando se está fora de casa há tanto tempo. Tanto tempo... São 2 meses!!
A vida anda descomplicada, despreocupada.
Já tenho um núcleo de pessoas com quem me dou. Já tenho as restantes com quem não me dou.
A música continua a fazer parte de mim. Oiço muito música brasileira. "Descobri" o samba rock. No entanto a minha música continua a ser portuguesa. Fico completamente extasiado quando a mostro. Começo a falar que não páro. Existe este cantor, aquela cantora, o Vinicius escreveu para a Amália... Ouve isto, ouve aquilo, presta atenção agora. Sim, a música portuguesa é na sua génese música triste. No entanto se sentem isso é porque a música portuguesa transmite na realidade um sentimento. Pode ser alegre: Oiçam o fado dos cheirinhos. Oiçam, a sério. É aquele fado que me enche as medidas. Vá, como expatriado, tenho saudades da minha Marisol a cantar o "Gente da minha terra" (por falar nisso: Patrícia, hj acordei com o teu toking. Para a próxima atendes o telemóvel sff!!!). Tenho saudades de cantar contigo.
Ouvir falar na tuna então é aquele frio no estômago. Quem julga que é só um bando de bebedos a cantar umas modinhas, engana-se. Tem algumas (poucas) pessoas que não bebem alcool. As modinhas que cantamos são algumas delas história da música portuguesa. Mas acima de tudo é um grupo de putos que pensam que vão ser mais um bando de bebedos a cantar modinhas e que se viciam naquela envolvência, em todos os rituais, todas as chatices, todas as mesquinhices, todas as coisas ganham proporções gigantescas.
Tenho saudades do traje. Já deve estar um pouco mais largo (uuuuuhuuuuuuuuuuuu)
A vida anda descomplicada, despreocupada.
A minha madrinha foi hoje embora. Foram 2 semanas de férias. Despedi-me dela como um "até já" porque sei que ela vai voltar a esta cidade.
Levou um bocadinho de mim para Portugal. Por 2 semanas tive "a tuna" comigo.
Epá, não vejam o Into the Wild se forem expatriados.
Ficam assim melancólicos e com vontade de abraçar quem não vêem há quase 2 meses.
Gonçalo, desliga o computador e vai dormir! Não tens teste amanhã? Se não tens boas notas, levas nos cornos!
Larga o teu irmão e vai tu dormir que amanhã não te levantas!
Já não sinto São Paulo como férias. Já sinto como a minha vida.
Se fico aqui? Ainda é cedo para decidir.
Se volto? Pelas pessoas, com toda a certeza.
Se a volta será apenas férias? Não sei.
A vida anda descomplicada, despreocupada.